quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

REPORTAGEM REFERENTE A REBELIÃO DE ONTEM EM BAURU E O RESULTADO DELA.

MATÉRIA COMPLETA DO G1 MOSTRA OS MOTIVOS E A ONDA DE PANICO QUE A REBELIÃO NO CPP DE BAURU CAUSOU NA CIDADE.

24/01/2017 20h06 - Atualizado em 24/01/2017 20h22

Imagens aéreas mostram fumaça durante rebelião em penitenciária

Mais de 150 detentos fugiram de presídio em Bauru; polícia recapturou 100.
Presos envolvidos em rebelião e os que fugiram voltarão ao regime fechado.

Dois helicópteros Águia da Polícia Militar de Bauru (SP) sobrevoaram a área do Centro de Progressão Penitenciária (CPP3) nesta terça-feira (24) para ajudar a localizar os 152 presos que fugiram durante uma rebelião. Imagens aéreas cedidas pela PM mostram a fumaça nos três pavilhões que os detentos atearam fogo. Policiais militares recapturaram 100 homens até o início da noite desta terça-feira, segundo a SAP.
Segundo informações da Polícia Militar, os presos colocaram fogo nos prédios e conseguiram fugir. O capitão da Polícia Militar Juliano Loureiro diz que a situação foi controlada ainda de manhã. O Corpo de Bombeiros foi chamado para controlar as chamas.
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Durante uma coletiva na tarde de terça-feira, o coronel da Polícia Militar Flávio Kitazume descartou relação com outras rebeliões que estão acontecendo no país. “Em nenhum momento houve refém e por isso descartamos este caso em relação aos demais fatos que estão acontecendo em outras regiões do país e isso nos tranquiliza.”
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), o CPP 3 "Prof. Noé Azevedo", antigo IPA (Instituto Penal Agrícola), funciona em regime semiaberto e tem capacidade para 1124 pessoas, mas abriga atualmente 1427 presos. Já o sindicato dos agentes funcionários afirma que o CPP 3 tem capacidade para 742 presos e abriga 1500.
Nesta terça-feira, segundo a SAP, 208 presos trabalhavam fora da unidade, exercendo atividades externas, outros 65 em empresas dentro da unidade e 358 trabalhavam em atividades de manutenção do próprio presídio.
Familiares de presos foram ao local em busca de informações de vítimas, mas o sindicato dos agentes penitenciários afirma que nenhum agente foi feito refém ou ficou ferido e que alguns presos ficaram feridos, mas nenhum com gravidade.
A Secretaria de Administração Penitenciária informou que a situação na penitenciária de Bauru já está controlada e que está realizando a contagem dos presos, pois alguns deles aproveitaram-se da confusão para fugir do presídio. A SAP afirma que não houve reféns.
Segundo a SAP, o CPP 3 - antigo IPA (Instituto Penal Agrícola) - funciona em regime semiaberto e tem capacidade para 1.124 pessoas, mas abriga atualmente 1.427 presos. Já o sindicato dos agentes funcionários afirma que o CPP 3 tem capacidade para 742 presos e abriga 1.500.
O regime do CPP 3 é semiaberto e todos os detentos têm direito a trabalhar ou estudar fora da unidade. Segundo a SAP, hoje, 208 presos trabalham fora da penitenciária, outros 65 em empresas dentro da unidade e  358 trabalham em atividades de manutenção do próprio presídio. Os outros estão em férias escolares ou aguardam conseguir uma atividade.
Um vídeo registrado por um morador mostra o momento em que policiais abordam um carro com detentos que tinham fugido. (Veja abaixo).
Apreensão de celular
Segundo o presidente do Sindicado dos Agentes Penitenciários, Gilson Pimentel Barreto, a rebelião em Bauru começou por causa de uma apreensão de celular dentro da penitenciária. "Durante uma ação dos funcionários no alojamento e pegaram um preso com um celular e a revolta começou devido a isso. Os funcionários estavam retirando o preso e o resto da população não aceitou."
Barreto informou que não há uma estimativa de quantos presos fugiram. "Foi colocado fogo em papelões, tem alguns feridos, funcionários não ficou ninguém refém, mas não foram muitas fugas", afirma. Ainda segundo Barreto, os detentos do CPP 3 em Bauru não estavam sendo monitorados com tornozeleira eletrônica porque o convênio entre o estado e a empresa não foi renovado.
Onda de pânico
Por conta da rebelião, uma onda de pânico se espalhou na cidade. Comerciantes fecharam lojas e a unidade do Poupatempo em Bauru reforçou a vigilância. O acesso à unidade foi feito por uma porta lateral.
Além disso, os serviços públicos municipais foram interrompidos, mas foramr retomados a partir das 14h.
Confira a nota enviada pela SAP:
A Secretaria da Administração Penitenciária informa que hoje, 24, pela manhã, durante revista de rotina, reeducandos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) III  "Prof. Noé Azevedo" de Bauru causaram tumulto no alojamento da unidade. O incidente iniciou-se após um Agente de Segurança Penitenciária ter cumprido o seu dever profissional, ou seja, surpreendeu um preso se comunicando através de celular.
A situação já está controlada e o  Grupo de Intervenção Rápida, formado por agentes de segurança penitenciária, está junto com a PM realizando a contagem dos presos, pois alguns deles aproveitaram-se da confusão para evadir-se do presídio. Não houve reféns. Parte dos evadidos já foi recapturada e será levada ao Centro de Detenção Provisória de Bauru.
Ressalvamos que as unidades de regime semiaberto, conforme determina a legislação brasileira, não dispõem de muralhas nem segurança armada, sendo cercada por alambrados. A permanência do preso nesse regime se dá mais pelo sendo de autordisciplina do preso do que a mecanismos de contenção. O CPP III é o antigo Instituto Penal Agrícola de Bauru e está localizado numa área, do tipo fazenda, de 240 alqueires. Na última saída tempor ária, que ocorreu no final de 2016 e início de 2017, 1122 presos foram beneficiados e 1074 retornaram. Hoje, 208 presos trabalham fora da unidade, exercendo atividades externas, outros 65 em empresas dentro da unidade e  358 trabalham em atividades de manutenção do próprio presídio.

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